sexta-feira, 6 de maio de 2011

Maus modernos

Pensei, pensei e fiquei na dúvida.
Afinal a frustração deve ser evitada?
O contato com sentimentos indesejáveis e por vezes inesperados pode ser tão desfavorável para a espécie humana? E o crescimento advindo da reflexão?
Nos deparamos o tempo todo com pais ansiosos no trato dos filhos temendo frustrá-los. Amigos e companheiros também não escapam da delicada situação. Mas por que tanto receio deste desconhecido, necessário?
Bom, eu tenho uma teoria. Outra! E sim, mais uma!
Em se tratando das crianças, entendo que a dinâmica fugaz do mundo globalizado pode explicar essa postura compensadora dos pais que acabam por não resistir aos olhos emburrados e sedentos por atenção da geração “reizinhos”. Mas vou dizer. O que eles querem mesmo é NÃO! Eles anseiam por regras, querem mesmo é limite. Ah! E querem é claro um chamego, um momento de intimidade e molecagem com os inascíveis pais.
E os adultos, amigos, companheiros e amantes passam muitos anos construindo uma auto-imagem e despendem muita energia em ser aceitos. E para ser aceito não posso ser exatamente como sou? É ai que o problema mora. Nos segredos. Por que muitos assumem a postura silenciosa e velada de dizer meias verdades. Daí surge uma fragilidade que direciona os relacionamentos para o precipício. Não se consegue construir intimidade, por isso casamentos na atualidade são uma novela. Casa-se e descasa-se freneticamente. Por isso teorizo, para compreensão do tema. Verdades são sempre verdades. E não existe meia verdade. Cedo ou tarde elas aflorarão, emergirão e pleitearão sua colocação. E se os amigos e enamorados não estão acostumados em se defrontar com a verdade possivelmente se entristecerá com as fragilidades do outro. Necessitando ressignificar o olhar para o outro. Pronto o mal-estar está instalado. Está tudo desacomodado.
O que podíamos mesmo era aprender a olhar nos olhos, treinar o respeito e dizer o que precisa ser dito. Somos seres de mudança, somos a própria mutação. Vamos lá, vamos começar agora a refletir. Vamos olhar mais nos olhos das pessoas. Tente não ceder aos anseios que corrompem, Seja autentico. Diga não mais vezes. Extrapole. Reflita sobre suas ações. Questione-se. Conheça-se. Brigue, desestabilize mais faça as pazes. Conecte-se com Deus. Ouça o que lhe é dito. Relacione-se. Ame-se. Ame aos outros.
Sem amor, respeito e compreensão de si e do outro é impossível se relacionar. O amor é o caminho para relações sinceras. Respeitar é o segredo para relações duradouras.
Conhecer e aceitar as limitações constitutivas da personalidade humana é divino, busque! Tente ser mais sensível. Busque decifrar pessoas. Permita-se ser decifrado. Viver é complexo eu sei. Sou fadada a mesma condição humanística. Mas a vida mostra sempre dois caminhos. Escolha. A felicidade está nas pequenas coisas só precisamos de disposição e motivação par nos tornar feliz. Vamos, sorria mais! Aceite a mudança, reflita sobre o novo. Problematize-se!
A vida é efêmera. Somos feitos de instantes. Deixe sempre no adeus o outro com sorriso nos lábios. Pode não existir um próximo encontro. A vida é um instante. Viva-o!
Se conseguirmos ser felizes e atentos saberemos dizer sempre o que há para ser dito. Daremos abertura para que a sinceridade venha de encontro a nós. Tudo muito simples como não deveria deixar de ser. A verdade será assim como uma brisa leve refrescando as relações. Delicada como o vôo dos pássaros em sua dança envolvente de lá para cá de cá pra lá.
E assim, análoga a doçura do toque materno saberemos que somos aceitos e aceitaremos nossos pares. Cuidaremos deles com a mesma delicadeza do manuseio de uma semente germinando. Depende de mim. Depende de você.

Um comentário:

  1. Nossa, Kelly, uma aula heim... Estou docemente surpreso. Caramba! Sem exagero.

    Excelente!

    Bjão!

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