quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Fernando Pessoa

Deus costumα usαr α solidão pαrα nos ensinαr sobre α convivênciα.
Às vezes, usα α rαivα pαrα que possαmos compreender o infinito vαlor dα pαz.
Outrαs vezes usα o tédio, quαndo quer nos mostrαr α importânciα dα αventurα e do αbαndono.
Deus costumα usαr o silêncio pαrα nos ensinαr sobre α responsαbilidαde do que dizemos.
Às vezes usα o cαnsαço, pαrα que possαmos compreender o vαlor do despertαr.
Outrαs vezes usα α doençα, quαndo quer nos mostrαr α importânciα dα sαúde.
Deus costumα usαr o fogo, pαrα nos ensinαr α αndαr sobre α άguα.
Às vezes, usα α terrα, pαrα que possαmos compreender o vαlor do αr.
Outrαs vezes usα α morte, quαndo quer nos mostrαr α importânciα dα vidα.


Fonte: Internet

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Manual

Alegria de viver
Na simplicidade
Na contemplação de ínfimas manifestações divinas.
No perfume de uma rosa no ar que involuntariamente adentra em meus pulmões.
No sorriso da criança, no passo apressado do trabalhador, nos pássaros que vem e vão, no vento, na chuva... ah a chuva! Quando está chovendo pressinto um convite divino para me envolver nela! 
A natureza é uma grande sábia. Temos nela um grande manual de instruções.
Pense numa maçã vermelha, firme e suculenta. Análoga a vida, um dia ela foi semente lançada em um terreno fértil. Precisou de espaço, adubo, luz, água, nutrientes. Nenhum desses elementos poderiam ter faltado ou passado para que ela crescesse e se tornasse atrativa aos olhos humanos. Mera semelhança com o amor?
Ele é uma sementinha tão frágil e precisa de um espaço em nosso coração. É necessário motivação-húmus para receber a semente; zelar e dedicar-se, nem pouco, nem além do limite da liberdade. É preciso luz, espaço tênue entre um ser e o outro.
É na distância ínfima que se diferenciam respeitosamente e permitem que os anjos do céu dance entre os corpos, mente e subjetividade, corroborando para que o desejo e a dedicação do cuidado produzam o bom fruto. 
Está pronto! O próximo passo é conservá-lo com esmero para que nunca perca a viscosidade e beleza que a originou. E que saudável, possa gerar novos frutos.


sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Eureca

Eureca! Ela enfim descobrira quem era.
Anna revirava suas memórias em busca de alguma coisa que pudesse confirmar quem era.
Fechou os olhos e acordada ela sonhou.
Ventava muito e ela tinha medo. A porta batia com o vento e ela estava sozinha amedrontada. Não era medo de bicho papão ou de alma penada, era medo de ir lá fora e encarar a ventania - suas devastações e a ordem a se estabelecer. Era o que se esperava de uma menina de sete anos naquela época.
Ela cobria os olhos com as mãos e pensava:
- Cadê papai e mamãe para me salvar?
Apertava a velha boneca de pano contra o peito; eles não viriam.
Abriu os olhos e estes estavam úmidos.
Preferiu não pensar no sonho que tivera acordada e voltara a refletir sobre quem era. Teve um insight, e começou por detalhar o que gostava e o que não gostava e por fim, fez uma lista de desejos, afinal, era dia 01 de janeiro.

Ela era a sua circunstância, e isso lhe bastava!