Eureca! Ela enfim descobrira quem era.
Anna revirava suas memórias em busca de alguma coisa que
pudesse confirmar quem era.
Fechou os olhos e acordada ela sonhou.
Ventava muito e ela tinha
medo. A porta batia com o vento e ela estava sozinha amedrontada. Não era medo
de bicho papão ou de alma penada, era medo de ir lá fora e encarar a ventania -
suas devastações e a ordem a se estabelecer. Era o que se esperava de uma
menina de sete anos naquela época.
Ela cobria os olhos com as mãos e
pensava:
- Cadê papai e mamãe para me salvar?
Apertava a velha boneca de pano
contra o peito; eles não viriam.
Abriu os olhos e estes estavam úmidos.
Preferiu não pensar no sonho que
tivera acordada e voltara a refletir sobre quem era. Teve um insight, e começou
por detalhar o que gostava e o que não gostava e por fim, fez uma lista de
desejos, afinal, era dia 01 de janeiro.
Ela era a sua circunstância, e
isso lhe bastava!
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