sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Eureca

Eureca! Ela enfim descobrira quem era.
Anna revirava suas memórias em busca de alguma coisa que pudesse confirmar quem era.
Fechou os olhos e acordada ela sonhou.
Ventava muito e ela tinha medo. A porta batia com o vento e ela estava sozinha amedrontada. Não era medo de bicho papão ou de alma penada, era medo de ir lá fora e encarar a ventania - suas devastações e a ordem a se estabelecer. Era o que se esperava de uma menina de sete anos naquela época.
Ela cobria os olhos com as mãos e pensava:
- Cadê papai e mamãe para me salvar?
Apertava a velha boneca de pano contra o peito; eles não viriam.
Abriu os olhos e estes estavam úmidos.
Preferiu não pensar no sonho que tivera acordada e voltara a refletir sobre quem era. Teve um insight, e começou por detalhar o que gostava e o que não gostava e por fim, fez uma lista de desejos, afinal, era dia 01 de janeiro.

Ela era a sua circunstância, e isso lhe bastava!

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