quarta-feira, 6 de abril de 2011

Algumas questões sobre vida e morte

Percebi que a vida tem um fim quero vive-la intensamente.
Escrevi essa frase a um tempo atrás, acho que em 1998 motivada por um acidente que quase me arrancou o convívio de uma pessoa especial.
A frase me veio a consciência sábado a noite, quando presenciei um acidente automobilístico em Palmas/TO com duas vitimas fatais.
Decidi que não escreveria nada a respeito. Entretanto... Uma sensação ruim, um aperto no peito e uma pausa involuntária para reflexão. Silêncio dentro de mim. Entretanto, embevecida em meus pensamentos, acabo-me rendendo as fantasias sobre o momento do fim, do adeus a vida terrena, e aqui estou discorrendo sobre o momento em que a vida termina. E termina mesmo. Fatalmente, sorrateiramente, decididamente acaba. Assim, tão simples como um dia se concebeu. Como diria Clarisse Lispector  “a vida não é de se brincar, em pleno dia se morre”, então vamos, explicitar algumas indagações intrínsecas desta que lhes escreve.
Afinal o que é morrer? É deixar de respirar? É perder a pulsação da matéria orgânica? É ir para o céu, brilhar como uma estrelinha? Por que morremos? Quem arbitra essa grande decisão?
Complexo demais! Não consigo pensar em morte sem pensar em vida, por que a própria dinâmica da vida já é uma incógnita.
Já avaliando, ou criticando esse grande universo desconhecido, penso que é um grande desperdício morrer. Ninguém ganha nesse jogo. E estou certa que ninguém quer entrar nele. Ainda que algumas religiões preguem uma vida pós-morte, estes também não querem fazer a passagem não. Podem creditar!
Pensem numa viagem. Viajar por si só já envolve um grande dispêndio de energia, já é uma atitude que mobiliza fantasias e alguns medos. Imagine então, viajar de mala e cuia pra um lugar desconhecido? Onde ninguém de fato voltou de lá pra dizer como é? Ainda que acreditemos numa vida pós-morte esta está impregnada de projeções de vivencias desse mundo aqui, terráqueo, habitat da espécie finita humana. Indago-me aqui, será que alguém nesse universo está preparado para essa viagem?
Uma série de dúvidas emerge a minha consciência nesse momento. Que contraditório. Se estamos aqui, e gostamos, por que precisamos partir?
Reflitam. Vivemos anos, buscamos a perfeição e a evolução, cuidamos do corpo, da mente, estudamos, trabalhamos, sonhamos, casamos, descasamos, vivemos em busca de um grande amor “assim com todas as letras maiúsculas”. Corremos, sofremos, conquistamos, alimentamos a alma, ajudamos nossos semelhantes, sorrimos, choramos, galgamos e de repente, puft, MORREMOS?
Seria até cômico se não fosse trágico. Viver é ainda mais maluco que morrer, então.
Sinto que meu pleito não será julgado. Já está indeferido. Todos morrerão e poucos entenderão. Finalizo por aqui então.
Só mais uma pergunta? Já que todos morrerão, pelo menos haverá algum bom anfitrião para recepcionar esses turistas de malas prontas?
Ta bom! Já entendi. Termino por aqui.

2 comentários:

  1. Oi kelly,
    Curioso, eu também me encho de indagações a esse respeito, mesmo tendo tido uma formação cristã.
    Mas o que a vida tem me ensinado é que algumas perguntas nunca terão resposta, por isso o melhor mesmo é mudar as perguntas.
    Abç

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  2. Meu nobre amigo virtual, Will.
    Deixei de lado a busca veemênte por respostas... de fato, é melhor mudar as perguntas... rs

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